quinta-feira, 24 de maio de 2012

Considerações sobre o depoimento de Carlinhos Cachoeira.



DEPOIMENTO DE CACHOEIRA


Nesta última terça-feira (22 de maio de 2012) foi realizada a oitiva do Sr. Carlinhos Cachoeira na Comissão Parlamentar de Inquérito do Congresso Nacional. Ocorre que nesta oportunidade o investigado manteve-se calado frente as perguntas dos parlamentares. Muitos dos congressistas, bem como alguns meios de comunicação, reclamaram da atitude do então acusado, criticando o direito a ele assegurado.
As criticas ao direito de o investigado manter-se calado frente às perguntas a ele dirigidas não pode ser objeto de crítica da forma como vem sendo colocada. A população deve saber que graças ao direito de não poder o acusa ser obrigado a produzir prova contraria a si, bem como manter-se calado quando perguntado, foram conquistados a duras penas e sacrifícios de algumas pessoas que lutaram pelo fim dos abusos do estado. Caso não houvesse esta previsão seria muito fácil extrair de qualquer um as confissões necessárias para se conseguir a prova que levasse a sua condenação. Prova esta conseguida muitas vezes com o uso da tortura, extorsão, ou outros meios repugnantes. Neste processo todos estaríamos sujeitos a ser condenados por crimes não cometidos. Seria o fim do Estado Democrático de Direito e a volta do estado absolutista, com perseguições de todas as espécies possíveis.
O direito de o investigado não ser obrigado a produzir prova que venha a lhe prejudicar é um dos tantos instrumentos que asseguram a existência da garantia da ampla defesa. Portanto a negativa do Sr. Cachoeira em responder as perguntas nada mais é do que o uso do direito constitucional garantido a todo cidadão brasileiros que buscam a sua defesa em processos de qualquer espécie, principalmente nos criminais. (Também publicado no Jornal A Razão de 24/05/2012)

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